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Na aeronave, estavam sete pessoas. Todas morreram no local - FOTO: Foto: AFP |
O acidente aéreo que vitimou o ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos e outras seis pessoas em 2014, na cidade de Santos, São Paulo, durante campanha presidencial, terá perícia judicial. O irmão de Eduardo, o advogado e presidente da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj), Antônio Campos, mãe do ex-governador, presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), Ana Arraes, e familiares dos pilotos da aeronave ajuizaram ação de produção antecipada de provas contra a Cessna Aircraft Corporation, fabricante da Avião Cessna, e contra a União Federal.
"É uma ação prevista quando se quer produzir uma prova, para, depois dela limpar, produzir uma ação principal. Se for configurada uma falha mecânica no avião Cessna, uma falha de projeto, uma falha de peça, pode gerar uma ação indenizatória. por verificada, por exemplo, uma falha do aeroporto, gerido pela Aeronáutica, a União também tem culpa ", explicou Antônio Campos em entrevista ao Jornal do Commercio.
Campos destacou que os peritos ainda são definidos e que ainda não há uma data de início da perícia.
Segundo os autores do pedido, o objetivo é que seja verificada a causa do acidente, "ante inconsistência do laudo do Cenipa e da Polícia Federal". O relatório final da investigação realizada pelo Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) apontou que o não cumprimento das normas de avaliação para o pouso, o cansaço do piloto e do copiloto, como condições meteorológicas adversas no momento do pouso e possível desorientação da tripulação podem ter contribuído para o acidente.
Já o inquérito da Polícia Federal concluiu que a queda da aeronave pode ter sido causada, de forma isolada ou cumulativa, pela colisão com pássaros, gerando uma atitude radical do avião, a desorientação espacial dos pilotos, a possibilidade de disparo de compensador de profundidade, ou uma vidraça / travamento de profundidade em posições extremas.
Em 2019, o Ministério Público Federal (MPF) arquivou o inquérito que apurava como causas do acidente. O MPF afirmou que não foi definir possível como causas do ocorrido devido à falta ou ao não funcionamento de equipamentos na cabine de comando da aeronave.
A viúva de Eduardo Campos, Renata Campos, e os filhos, incluindo o prefeito do Recife, João Campos , não fazem parte da ação.
"Nessa perícia técnica nós vamos esmiuçar o acidente e essas provas, porque achamos insuficientes tanto o laudo do Cenipa, quanto ao inquérito da Polícia Federal que não foi conclusivo sobre a causa do acidente", ressaltou o presidente da Fundaj.
"Quem não gostaria de saber a causa do acidente de um irmão que perdeu? Foi um acidente, não foi um acidente? Foi uma falha mecânica, foi sabotagem? Quem que não gostaria de saber? Deixar algo sem conclusão, deixar algo em aberto causa desconforto ", concluiu.
A União chegou a apresentar um recurso, mas o Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF3) negou, julgando admissível a produção de provas.
O acidente
O ex-governador Eduardo Campos estava em campanha presidencial quando um aeronave Cessna 560 XLS +, prefixo PR-AFA, caiu após decolar do Aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro, no dia 13 de agosto de 2014. O avião tinha como destino a Base Aérea de Santos, no Guarujá, em São Paulo.
Além de Eduardo, morreram o piloto Marcos Martins, o copiloto Geraldo Magela, o assessor Pedro Almeida Valadares Neto, o assessor de imprensa Carlos Augusto Ramos Leal Filho, o fotógrafo Alexandre Severo Gomes e Silva, e Marcelo de Oliveira Lyra, membro da equipe de campanha.
JC
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