FOTO: FILIPE JORDÃO / JC IMAGEM

O prefeito de Petrolina, Miguel Coelho (MDB), tem três missões junto ao próprio partido e com aa opinião pública para ser candidato ao governo do Estado.

A primeira é convencer Raul Henry (MDB) e Jarbas (MDB) a deixar o palácio do PSB no estado.

A segunda é garantir que Raul e Jarbas apoiem que o MDB sirva de palanque para Jair Bolsonaro (sem partido), em Pernambuco.

A primeira é difícil e a segunda é praticamente impossível.

O MDB sair da base de apoio ao PSB no estado não é tão distante , porque os socialistas atrapalharam muito Raul Henry na eleição de 2018.

O presidente estadual do MDB foi prejudicado propositalmente em alguns municípios onde tinha bastante voto, com um avanço de candidatos do PSB.

Eles espalhavam nos bastidores que o então vice-governador não seria candidato, para conseguir os votos dele.

Raul, que era vice-governador de Paulo Câmara (PSB), passou sufoco, mas venceu. A atitude dos socialistas gerou mágoas, que foram colocadas de lado com o apoio do MDB na eleição seguinte.

Mas, é o tipo de coisa que nunca se esquece completamente.

A primeira missão de Miguel, portanto, não é impossível, apesar de difícil.

A segunda é difícil de acreditar. Porque Jarbas e Raul não vão apoiar Bolsonaro em hipótese alguma. Não o fariam nem se ele estava bem avaliado e com alta popularidade.

A opinião pessoal e política dos emedebistas ligados a Jarbas e Raul em Pernambuco sobre Bolsonaro é a pior possível. Ambos foram colegas do atual presidente no Parlamento e têm as impressões possíveis também.

Eles até podem incentivar uma pré-candidatura do prefeito de Petrolina, desde que Bolsonaro não entre na equação diretamente.

O farão para pressionar o PSB e garantir reciprocidade pelo apoio que o MDB tem dado aos socialistas . Mas, sem garantias.

Tudo isso se resolve, claro, caso ele vá para outro partido. A opção apontada seria o DEM. Mas, o DEM de Mendonça Filho toparia a parada?

A terceira missão de Miguel depende de exposição. Ele precisa começar a aparecer bem posicionado em pesquisas, precisa ficar conhecido fora do seu território, sem deixar de apresentar bons resultados na prefeitura de Petrolina.

Precisa avançar sobre a opinião pública de oeste a leste, da mesma forma que Geraldo Julio (PSB), candidato socialista virtual, avançar de leste a oeste em PE, porque ninguém conhece Geraldo no interior.

Se chegar na capital antes que Geraldo chegue no interior, Miguel cresce e torna-se como outras missões um pouco menos complicadas.

Miguel terá que fazer muitas concessões, mas é um rosto jovem com a cabeça voltada para a inovação, com números bons na cidade que governa.

E isso pode fazer diferença numa disputa com Geraldo que já carrega os oito anos de uma gestão mal avaliada no Recife, onde foi muito mais tradicional do que inovador.

Nesse ponto, João Campos (PSB) seria um adversário com a mesma mentalidade de Miguel, mas o atual prefeito do Recife não tem idade para ser governador ainda.

É uma corrida interessante de se ver os próximos dias.

JC

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