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O menino assoprou as velas vestido com uma roupa de gari - FOTO: ACERVO PESSOAL |
Da varanda do 4º andar de um prédio localizado no Engenho do Meio, Zona Oeste da capital pernambucana, Rafael Tavares, de 4 anos, observa o movimento de veículos e de pessoas. Falante, como define a mãe, uma professora universitária e nutricionista Fernanda Tavares, Rafael, assim como boa parte da população, deixou de ter contato físico com as pessoas fora do círculo familiar e passou a se comunicar à distância por causa da pandemia da covid- 19 Nas segundas, quartas e sextas, o menino tem um compromisso: falar com os responsáveis pela coleta de lixo do bairro.
"Ele observa tudo que passa. Ele sabe diferenciar modelo de carro, núcleos, desde uns 2 anos ele já sabe qual é o carro da tia, o do avô. Ele é bem observador, gosta muito de olhar a rua. Os aviões, já Desde pequenininho, ele fica olhando. E quando vê o caminhão do lixo, ele tem que ir lá dar tchau, o rapaz do (doce) japonês, o senhor que vende milho e pamonha. vai imitar dentro de casa ", relata a mãe. Fernanda, conta, ainda, que o filho usa o carrinho de bebê para imitar o caminhão de coleta.
No dia 15, uma criança fez aniversário e, para comemorar, incluir uma festa, nessa sexta-feira (18), que faz jus à sua admiração aos trabalhadores: último gari e decoração temática.
"Ele ficou tão emocionado que não queria deixar ninguém lavar a roupa depois. Para lavar ele chorou muito. Daí quando lavou e a roupa secou ele já quis usar de novo. Ele gosta muito dos homens, que já o conhece", disse a tia, , a jornalista Amanda Tavares.
No final do mês de maio, antes de voltar às aulas presenciais, Rafael e a mãe decidiram fazer uma surpresa aos trabalhadores e desceram com comida para entregá-los. O momento deve se repetir em breve. "Ele já está falando em fazer festa para eles, levar bolo. 'Mamãe, quando é que a gente vai levar bolo? Mamãe compra um caminhão de brinquedo do lixo para dar de presente'", completa a mãe de Rafael.

JC
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