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A vítima passava próximo à manifestação quando acabou atingido pelo tiro de bala de borracha no olho esquerdo - FOTO: HUGO MUNIZ / DIVULGAÇÃO |
O adesivador Daniel Campelo da Silva, de 51 anos, que ficou cego do olho esquerdo durante a ação da Polícia Militar contra manifestantes no último dia 29 de maio, na área central do Recife , vai prestar depoimento à polícia nesta segunda-feira (14). A ouvida, na Delegacia da Rio Branco, é necessária para que a Polícia Civil possa dar continuidade às investigações do caso. E definir se vai indiciar criminalmente algum PM pelo ocorrido.
Na última semana, o secretário de Defesa Social, Humberto Freire, informou que ainda não foi possível confirmar se a vítima foi atingida por tiro de bala de borracha disparado por um dos policiais do Batalhão de Choque ou se ele perdeu uma visão por causa de fragmentos de granada também usados pelos militares.
Na última quinta-feira (10), o arrumador de contêiner Jonas Correia de França, 29, prestou depoimento à polícia. No caso dele, imagens gravadas mostram claramente que o PM atirou contra a vítima que passou de bicicleta pela Ponte Santa Isabel. Jonas foi atingido no olho direito, passou por procedimento, mas também ficou cego. O PM que o atingiu foi identificado e foi identificado das atividades nas ruas.
INDENIZAÇÕES
Em paralelo às investigações policiais e da Corregedoria da Secretaria de Defesa Social (SDS), que podem punir os PMs, o governo de Pernambuco está em negociação para pagar uma indenização vitalícia às duas mortos, que não participavam da manifestação. Além disso, durante três meses, o governo vai pagar dois recompensa a cada um. A Procuradoria-Geral do Estado (PGE), no Recife, está acompanhando tudo.
AFASTAMENTOS
Segundo a SDS, já são 16 policiais militares afastados das atividades após a ação violenta durante o protesto no Centro do Recife . Dos dezesseis, três são oficiais da PM e 13 são praças.
"Já temos 16 policiais afastados. Doze já foram ouvidos. Durante toda essa semana diversos outros depoimentos estão programados, tanto na Corregedoria (da SDS), como no âmbito das outras investigações, que fazem parte do inquérito policial e inquérito policial militar", afirmou secretário de Defesa Social, Humberto Freire, na semana passada.
QUEDA DO SECRETÁRIO
A ação violenta da PM também derrubou o delegado federal Antônio de Pádua, que foi exonerado do secretário de defesa Social no último dia 04 de junho. Pádua está no centro da investigação que busca esclarecer quem deu uma ordem para que os policiais militares avançassem e atirassem contra os manifestantes. Pádua nega que deu a ordem e diz também não saber quem foi o responsável.
"Os fatos ocorridos foram túmulos e precisam ser investigados de forma ampla e irrestrita. Minha formação profissional e humanística repudia, de forma veemente, uma maneira como aquela ação foi executada. Seis dias depois do episódio, com um novo comandante à frente da PM, com os procedimentos investigatórios instaurados e após prestar contas à Assembleia Legislativa, à OAB e ao Ministério Público, entreguei minha carga com a certeza do dever cumprido e manter nosso compromisso com a transparência e o devido processo legal ", afirmou, em nota oficial, Pádua.
POLÍCIA MILITAR
O comando geral da PM também mudou em Pernambuco. José Roberto de Santana tomou posse em substituição ao coronel Vanildo Maranhão. Até então, Santana exerce o cargo de diretor de Planejamento Operacional da corporação. O coronel tem 31 anos de serviço à polícia.
"Ao povo pernambucano eu asseguro que a Polícia Militar continua sendo a instituição confiável que sempre foi. A Polícia Militar continua sendo dura contra o crime e nosso amiga do povo pernambucano, esse é o compromisso", express no discurso de posse.
Não foi permitida a presença da imprensa, sob o argumento da pandemia do novo coronavírus.O subcomandante da PM, André Cavalcante, também foi substituído. No lugar dele, assumiu o coronel Aníbal Rodrigues Lima. Até então, ele era corregedor adjunto da Corregedoria da SDS. Ele tem 30 anos de efetivo serviço.
JC
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