Fase prevê compartilhamento de transferências pelo Pix - Foto: Marcello Casal Jr./ABr |
Após ter sido adiada em dois meses, a terceira fase do open banking entra em vigor hoje (29). Nesta etapa, as instituições financeiras poderão compartilhar informações sobre serviços de transferência via Pix, sistema de pagamento instantâneo em vigor desde o fim do ano passado.
O que muda?
De acordo com o Banco Central, fazer um Pix para pagamentos de compras ou serviços em aplicativos terceiros terá uma redução de sete para três passos, levando-se em conta o mecanismo financeiro tecnológico para efetuação dos pagamentos.
A principal vantagem para o usuário será conseguir efetuar os pagamentos sem a necessidade de abrir o aplicativo do banco, o que até então era necessário para conseguir fazer a transferência.
A partir desta sexta-feira (29), os iniciadores de pagamentos poderão oferecer o Pix como opção de pagamento, sendo autorizados a realizar a operação dentro do seu próprio ambiente.
Um exemplo é um pedido feito no aplicativo de delivery iFood. Atualmente, para um pagamento via Pix, o usuário que deseje pagar neste formato recebe a chave Pix, um código ou QR Code e precisa sair do aplicativo do iFood, acessar a conta bancária e realizar a transação com os dados.
Com a entrada da terceira fase do Open Banking a transação será feita no próprio aplicativo que oferece o serviço desejado, no caso mencionado, o iFood. Bastará autorização do usuário, sem se precisar sair de um aplicativo para outro. Longe dos olhos do usuário, a autorização do pagamento segue sendo feita pela instituição financeira na qual ele tem conta, o que continua garantindo a segurança da transação.
De acordo com o Banco Central, a nova funcionalidade é válida para aplicativos, assim como também sites de compras. Quem prefere ainda acessar o ambiente do aplicativo do banco para efetuar o pagamento também poderá continuar a fazer de tal modo.
O iniciador de transação de pagamento (ITP) começa a transação de pagamento ordenada pelo usuário final, no entanto, não gerencia conta de pagamento, nem detém os fundos das transações iniciadas, por isso é possível que o cliente efetue pagamentos ou transferências presenciais ou na internet, sem a utilização de cartão e sem ter que acessar diretamente o ambiente da instituição onde o cliente tem conta.
Open Banking
Inicialmente, a terceira fase estava prevista para entrar em vigor em 30 de agosto. No entanto, o atraso na adoção da segunda fase fez os bancos e as fintechs (startups do sistema financeiro) pedir o adiamento da etapa seguinte. As instituições financeiras alegaram pouco tempo para atualizar os sistemas.
À época, o BC tinha informado que o prazo de testes para certificar as instituições que operam o Pix a trocarem informações tinha ficado curto. “O pedido feito ao Banco Central decorreu da necessidade de ajustes nas especificações técnicas, que comprometeram o prazo de realização de testes para a certificação das instituições”, destacou o comunicado no fim de agosto.
O BC reforçou o compromisso com a implementação do open banking. “O Banco Central reforça o seu compromisso para que o open banking alcance os seus objetivos, de forma segura e efetiva para os clientes das instituições participantes, permanecendo vigilante no processo de sua implementação”, acrescentou.
Em vigor desde 1º de fevereiro, a primeira etapa do open banking permite o compartilhamento de informações sobre produtos, serviços, canais de atendimento e localização de agências. Com base nos dados, os bancos podem fazer comparações por meio de sistemas de interface de programação de aplicações (API na sigla em inglês).
A segunda fase do open banking, que envolve o compartilhamento de cadastros e de transações entre as instituições financeiras, havia sido adiada de 15 de julho para 13 de agosto. As instituições financeiras alegaram que o intervalo entre a segunda e a terceira fase tinha sido comprimido para implementar as novidades.
A quarta etapa, que prevê a troca de informações sobre serviços de câmbio, de investimentos, de previdência e de seguros, está mantida para 15 de dezembro. As demais serão implementadas no primeiro semestre de 2022.
Confira o cronograma de implementação do open banking
- 1º de fevereiro de 2021 - Primeira fase, com instituições financeiras compartilhando, sob supervisão do Banco Central, produtos, serviços, taxas disponíveis, horários e canais de atendimento
- 13 de agosto de 2021 - Início da fase 2, com a troca de dados de cadastros e de transações entre as instituições, como produtos e serviços associados às contas dos clientes
- 29 de outubro de 2021 - Início da fase 3, com o compartilhamento de serviços de transferências pelo Pix
- 15 de dezembro de 2021 - Início da fase 4, com a troca de informações entre as instituições sobre os demais produtos financeiros, como câmbio, investimentos, previdência e seguros
- 15 de fevereiro de 2022 - Compartilhamento de serviços de transferências entre contas do mesmo banco e TED
- 30 de março de 2022 - Compartilhamento do envio de propostas de operações de crédito a clientes que aderirem ao open banking
- 31 de maio de 2022 - Compartilhamento de dados de clientes sobre demais operações financeiras, como câmbio, investimentos, previdência e seguros
- 30 de junho de 2022 - Compartilhamento de serviços de pagamento por boleto
- 30 de setembro de 2022 - Compartilhamento de serviços de débito em conta
Postar um comentário