Voto Será da Estrutura ou da Paixão Política Cega. Fora Desse Ambiente, Haverá Poucas Chances - Foto: Marcelo Camargo/agência Brasil |
Sem as coligações e com tempo curto para ajustar as federações, parlamentares antigos terão muita dificuldade para se reeleger.
Pra entender a dificuldade é importante explicar como funciona o sistema proporcional no Brasil.
Para ser eleito, é necessário alcançar um determinado número de votos e as vagas vão sendo ocupadas, de acordo com o quociente eleitoral, por ordem de votação, até a última cadeira. Em Pernambuco, esse número deve ficar em torno de 170 mil votos em 2022.
Se um candidato ultrapassar essa votação, garante uma cadeira sem depender do partido. O número de cadeiras que o partido tem direito é dado pelo número de votos da sigla. Na prática, se o partido, mesmo com os candidatos pequenos, consegue somar 510 mil votos, terá três cadeiras.
O problema é que é muito difícil alcançar votações assim sem depender de partidos pequenos em coligação.
Em 2018, por exemplo, somente João Campos (PT), Marília Arraes (PT) e André Ferreira (PSC) ultrapassaram o quociente daquele ano (151.326 votos).
Os outros 22 deputados estão lá, hoje, porque tiveram ajuda da coligação.
Danilo Cabral (PSB), por exemplo, que deve ser indicado candidato a governador em 2022, teve 91.635 votos. Sem coligação, precisaria de 60 mil a mais para vencer.
Tadeu Alencar (PSB), também cotado para o governo, teve pouco mais de 50 mil votos, também não seria eleito sem as coligações.
Candidatos que não tenham o chamado "voto de estrutura", terão ainda mais dificuldade.
O curioso é que o sistema proporcional, criado para democratizar o acesso ao Legislativo, deve fazer com que o país perca parlamentares comprometidos com educação e cultura, por exemplo.
Essa será a eleição do dinheiro ou da "paixão" ideológica, nada mais.
Uma fonte no PSB, que comanda a Frente Popular, admitiu à coluna que só Silvio Costa Filho (Republicanos) e Eduardo da Fonte (PP) têm condição de se eleger sem nenhuma ajuda do PSB este ano.
Todos os outros terão que, com ou sem federação, receber algum tipo de auxílio para alcançar votações e serem reeleitos.
E nesse meio ainda tem Pedro Campos (PSB), irmão do prefeito do Recife, que disputa para deputado federal.
JC
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