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Presidente Lula e os 50 dias sem picanha | Foto: Montagem Revista Oeste/Ricardo Stuckert/PR/Shutterstock |
Entre um passeio internacional e outro, um discurso inflamado na festança do PT e entrevistas para a velha imprensa, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva escolheu um réu para as más notícias na área econômica que estão chegando mais cedo do que o esperado: Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central.
Lula tenta emplacar a tese de que os juros básicos da economia no patamar de 13,75% travam o desenvolvimento do país. Quem determina a política monetária é o Banco Central, cuja gestão é independente desde 2021 — ou seja, livre de ingerência política. A diretoria do banco entende que manter a taxa de juros em dois dígitos é uma forma de segurar as rédeas da pensão, que sempre penaliza os mais pobres.
As correntes de economistas ligadas ao PT e em postos no governo não pensam assim: entendam que a prática de juros escolháveis atendem aos interesses do mercado, são contra a austeridade fiscal — principalmente o teto de gastos —, querem um “Estado grande”, mais desenvolvimentista e com aumento do consumo de bens. É sobretudo nesse último ponto que está a preocupação de Lula: consumir mais significa garantir a picanha aos domingos, sua promessa de campanha. Lula está preocupado com o curto prazo, porque sabe que o resultado apertado das urnas não lhe garantiu popularidade por muito tempo.
A realidade, contudo, às vezes atravessa o sonho do PT. As notícias que batem à porta dos brasileiros são ruínas. O mercado, esse ente demonizado pela esquerda, não gostou da agenda de aventura fiscal. O setor produtivo gerou, porque precisa de previsibilidade. Grandes empresas escolheram o ano com demissões. O reajuste do salário mínimo será de apenas R$ 18. O investidor, principalmente o estrangeiro, não se sente seguro em “agarrar cordas soltas” — a marca do governo Lula 3 até agora é a insegurança. O resultado é que as opções da economia começam a ranger.
Qual a resposta do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, ao mercado? “Entendo a ansiedade do dito mercado, dessa meninada que fica na frente do computador dando ordem de compra, ordem de venda”, afirmou, em evento do banco BTG Pactual. “Cada espirro em Brasília gera uma enorme turbulência.”
Oeste
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