Foto Montagem: PE NOTÍCIA 

 

Lula é o presidente da República. Não deveria entrar em briga que não pode ganhar. Ao atacar Roberto Campos Neto, arrisca-se a escancarar a falta de poderes de seu governo nessa luta contra o Banco Central.

O chefe da instituição é independente, está livre dos assédios petistas, mas Lula tem, se quiser, órgãos a recorrer, caso queira mudar as regras do jogo. A derrubada da atual política que protege o trabalho de Campos Neto pode ser feita via Congresso, mas aí Lula teria que possuir maioria entre senadores e deputados para fazer qualquer coisa. Hoje, sabe que não tem.

A questão dos juros também pode ser tratada em órgãos específicos, mas não é esse o caso — até porque novamente o petismo não tem poderes para impor seus desejos nessa área. Lula sai ao ataque contra o chefe do BC para criar uma narrativa. Se algo der errado na economia adiante, a culpa será de quem? Lula vai atribuir ao BC todos seus insucessos.

Aliados de Campo Neto na equipe econômica previam o ataque petista contra o chefe do BC — na primeira semana de janeiro, o Radar mostrou essa avaliação. Não imaginavam, porém, que a artilharia seria utilizada já no início do segundo mês de governo e diretamente pelo presidente. Politicamente, é um tiro no pé.


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