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Protesto em frente ao condomínio Maurício de Nassau, no Recife, marca os três anos da morte do menino Miguel — Foto: Luisi Marques/TV Globo |
No dia em que se completam três anos da morte de Miguel Otávio - o menino de 5 anos que morreu ao cair do 9º andar de um prédio de luxo no Centro do Recife -, manifestantes se reuniram à mãe do garoto, Mirtes Renata, num protesto na frente do condomínio.
O ato, realizado na tarde desta sexta (2), foi organizado por movimentos sociais e pede a conclusão do processo judicial contra a ex-patroa de Mirtes, Sari Corte Real, que estava responsável por cuidar da criança enquanto a mãe passeava com a cadela da família.
O processo está em segredo de justiça. Sari foi condenada a 8 anos e 6 meses de prisão, mas aguarda recurso, em liberdade, até o caso transitar em julgado. A mãe de Miguel também entrou com recurso, pedindo a ampliação da pena.
"Hoje faz um ano e dois dias que a condenação saiu, mas ela [Sari] recorre em liberdade. E a gente está aqui lutando porque ela precisa ser presa. Sari Corte Real cometeu um crime contra meu filho. E o lugar dela é na cadeia”, disse Mirtes Renata.
O grupo se concentrou, por volta das 14h, em frente ao conjunto residencial Pier Maurício de Nassau, conhecido como “Torres Gêmeas”, no Cais de Santa Rita, de onde o menino caiu. Depois, os manifestantes seguiram, com faixas pedindo justiça por Miguel, até a Praça da República, onde fica a sede do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE).
De manhã, Mirtes se reuniu com a secretária-executiva do Ministério da Igualdade Racial, Roberta Eugênio, para falar sobre o caso.
“Ela vai ver a questão de criar um protocolo com o CNJ (Conselho Nacional de Justiça) em relação a esses casos e, depois, vai conversar com Anielle (Franco, a ministra da Igualdade Racial) para ver o que se pode fazer, principalmente em relação ao cuidado e à proteção das crianças negras que são as maiores vítimas do racismo”, afirmou Mirtes.
Essa foi a primeira vez que Mirtes se reuniu com algum representante do governo federal desde a morte de Miguel. Em maio, o Ministério da Igualdade Racial recebeu um abaixo-assinado com cerca de 2,8 milhões de assinaturas pedindo celeridade no caso durante reunião em Brasília.
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