Principal figura da oposição ao regime de Nicolás Maduro na Venezuela, María Corina Machado foi declarada inelegível para cargos públicos por um período de 15 anos, segundo decisão da Controladoria-Geral divulgada pelo deputado José Brito nesta sexta-feira (30).

A inabilitação de María Corina, de 55 anos, é atribuída a supostas irregularidades administrativas durante seu mandato como deputada, de 2011 a 2014. Essa medida foi inicialmente imposta em 2015, com validade de um ano, mas foi estendida devido ao apoio dela às sanções dos Estados Unidos contra Maduro, conforme justificou a Controladoria.

No Twitter, María Corina, que desponta como a principal candidata nas primárias da oposição, considerou a medida inútil. Ela escreveu: “Isso apenas demonstra que o regime já sabe que está derrotado. Agora votaremos com mais força, mais rebeldia e vontade nas primárias”.

O também opositor Henrique Capriles defendeu a ex-deputada, afirmando que a inabilitação de María Corina é uma ação inconstitucional, infundada e vergonhosa. Ele declarou: “Rechaçamos categoricamente esse novo exemplo do rumo antidemocrático de Maduro e seu regime”.

María Corina lidera as pesquisas para as primárias convocadas com o objetivo de selecionar, entre 13 candidatos, o nome da oposição para enfrentar Nicolás Maduro nas eleições de 2024.

Há dúvidas consideráveis sobre a viabilidade das eleições. Recentemente, houve uma deserção de membros do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) ligados ao chavismo, interpretada pela oposição como uma forma de boicotar as eleições gerais.

Em março, o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) enviou o assessor especial da Presidência para assuntos de política externa, o ex-chanceler Celso Amorim, a Caracas, para discutir as eleições com Maduro e representantes da oposição.

O diplomata retornou ao Brasil expressando otimismo. Ele afirmou à Folha na ocasião: “Todos manifestaram lá o desejo de eleições competitivas. Essa é a expectativa real. Em 20 anos de contato com o país, nunca vi um clima tão favorável à democracia”.

Recentemente, as declarações de Lula sobre a ditadura na Venezuela têm gerado críticas públicas. Na quinta-feira (29), durante uma entrevista, ele relativizou as críticas ao regime autocrático de Maduro, alegando que a democracia é um conceito relativo.

Comentários

أحدث أقدم