O jornalista está com as contas bancárias bloqueadas por ordem do STF | Foto: Foto: Reprodução/YouTube

 

O ministro do Superior Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes mandou a Polícia Federal (PF) incluir o nome do jornalista Oswaldo Eustáquio na lista vermelha da Interpol, que reúne pessoas procuradas pela Justiça.

O ofício, que está anexado ao inquérito sigiloso do Supremo, chegou ao poder da cúpula da PF no dia 7 de julho. Até o momento, o nome de Eustáquio não apareceu na lista de difusão vermelha da Interpol, informa a revista Veja.

Eustáquio deixou o Brasil logo após as eleições do ano passado, com receio de ser preso novamente. O jornalista é investigado pelo STF no inquérito que apura os atos antidemocráticos. Desde o fim do ano passado, Eustáquio diz ter buscado exílio em oito países.

Em nota, a defesa do jornalista, o advogado Ricardo Freire Vasconcellos, informou que vai recorrer da decisão de Moraes.

“O Instituto Internacional de Defesa de Presos e Exilados Políticos vai enviar um ofício à Interpol pedindo a não inclusão do nome de Eustáquio no alerta vermelho com base no artigo que veda a inclusão de nomes por perseguição política. Oswaldo é um refugiado político por perseguição”, escreveu.

Moraes ordenou a prisão temporária de Oswaldo Eustáquio, em dezembro de 2022, conforme pedido da Polícia Federal e da Procuradoria-Geral da República (PGR). Na ocasião, o ministro justificou “fortes indícios” dos crimes de ameaça e abolição violenta do Estado Democrático de Direito.

Contas da filha bloqueadas

O jornalista está com as contas bancárias bloqueadas por ordem do STF. Eustáquio tem feito apelos com a ajuda dos três filhos com o objetivo de criticar as decisões de Moraes e pedir doações via Pix.

Moraes também determinou, a pedido da PGR, o bloqueio das contas de um dos filhos do jornalista.

A decisão do ministro ocorreu depois que Eustáquio pediu ajuda por meio de doações à conta da filha. Em março deste ano, o magistrado já havia determinado o bloqueio de automóveis, contas e cartões bancários em nome do jornalista. Dez dias mais tarde, o ministro estendeu o bloqueio bancário também para a filha de Eustáquio.

“O investigado, de maneira sorrateira, está utilizando o perfil de sua própria filha para arrecadação de dinheiro, mediante propagação de mentiras”, afirmou Moraes, completando que esse dinheiro seria usado para evitar a prisão e cometer mais crimes.

Um banco informou ao Supremo, na época, que a adolescente tinha duas contas: uma conta-corrente com R$ 6,3 mil e um investimento em previdência privada de R$ 375 mil. As duas foram bloqueadas.

Em maio, a defesa da adolescente apresentou recurso ao tribunal. A jovem foi representada por sua mãe, casada com Eustáquio, e um advogado.

Segundo o defensor, a jovem “é de boa-fé”, e o bloqueio havia sido um “mal-entendido”.

A filha do jornalista afirmou que usa o dinheiro para ir à escola e comprar lanche para seus irmãos menores e ração para seus cachorros.

A PGR concordou com parte do argumento da jovem. Em junho, o órgão pediu o desbloqueio da conta com R$ 6,3 mil, mas não a do investimento de R$ 375 mil.

“Faço um apelo às organizações internacionais de defesa da criança e do adolescente para pedirem a liberação da minha conta”, diz a filha do jornalista em um vídeo que a família compartilhou nas redes sociais. “Eu não tenho nada a ver com isso. É um pedido de socorro para que eu possa ter uma vida normal.”

Oeste

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