No primeiro ano de governo, Lula gastou R$ 65,9 milhões com viagens ao exterior; 41% a mais do que ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) |Foto: Reprodução/@lulaoficial

 

Uma missão “impossível” diante da falta de apoio e de exemplo de Lula e seu Partido dos Trabalhadores (PT) em conter gastos. Assim a Folha de S.Paulo classificou a proposta do ministro da Economia, Fernando Haddad, de um pacto entre os Três Poderes em torno da agenda econômica do governo, especialmente da meta de eliminar o déficit do Orçamento Federal deste ano.

“Tudo a ser encarado com o devido ceticismo”, escreveu a Folha em editorial publicado na noite desta quarta-feira, 3.

O texto ressalta que, historicamente, tentativas de pactos políticos em Brasília têm tido pouco efeito prático, servindo mais como símbolos do que como instrumentos efetivos de mudança.

O editorial destaca que, apesar do simbolismo, os partidos continuarão votando de acordo com suas convicções e interesses, e que o engajamento real do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do PT é essencial para que um pacto dessa natureza seja efetivo.

Lula e Gleisi Hoffmann
Lula e a deputada federal e presidente do PT, Gleisi Hoffmann, na festa de aniversário dos 44 anos do partido no dia 20 março | Foto: Reprodução/@gleisihoffmann

“As autoridades envolvidas podem, no máximo, concordar em dar prioridade aos temas acordados; comprometer-se com o mérito das propostas é coisa muito diferente”, analisou a publicação.

A critica mira principalmente a postura de Lula e do PT em relação aos gastos públicos, destacando que o partido se opõe a ajustes nos dispêndios da União, mesmo em um contexto de eleições municipais.

O jornal ressalta que, embora algumas medidas propostas por Haddad sejam corretas, elas não serão suficientes para reequilibrar o Orçamento.

“Deputados e senadores ganharam maior poder sobre o Orçamento, mas pouco se preocupam com a qualidade dos gastos que criam e seu financiamento”, exemplificou o editorial. “Magistrados com frequência priorizam interesses corporativos em suas decisões.”

Em resumo, a análise sugere que a efetividade de um pacto entre os Poderes depende do engajamento real de todas as partes envolvidas, incluindo o presidente da República e o PT, e que medidas efetivas de contenção de gastos são necessárias para reequilibrar o Orçamento Federal.

“Luiz Inácio Lula da Silva se empenha em elevar despesas públicas desde antes de tomar posse — e nesse caso não teve nenhuma dificuldade em obter o apoio das forças fisiológicas do Congresso”, lembrou a Folha.

Oeste

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