Nos bastidores do Palácio Capibaribe, sede da Prefeitura do Recife, há uma movimentação intensa para garantir a candidatura da deputada estadual Dani Portela (PSOL) como representante da federação Rede/PSOL nas próximas eleições municipais. Esta estratégia é vista como crucial pelos aliados do prefeito João Campos (PSB), visando a fortalecer a posição do partido nas eleições de outubro. O PSOL na capital pernambucana mantém uma postura neutra e até mesmo aliada à gestão socialista, não contestando a administração de Campos. Na Assembleia Legislativa, Dani Portela é liderada pelo deputado estadual do PSB, Rodrigo Farias, ex-chefe de gabinete do ex-prefeito do Recife, Geraldo Julio (PSB).


Dani Portela está disputando a indicação da federação com o deputado federal Túlio Gadêlha (Rede), que tem investido em articulações em nível nacional. Enquanto Portela mantém o controle sobre seus correligionários locais, Túlio busca apoio em esferas mais amplas. A escolha entre os dois candidatos tem sido motivo de debates intensos, com argumentos variados. A candidatura de Portela é vista com bons olhos pela cúpula do PSB, considerando a histórica aliança entre PSOL e PSB na Assembleia Legislativa, e a relação pessoal da deputada com o prefeito João Campos, evidenciada em publicações nas redes sociais.


No entanto, Túlio Gadêlha não fica para trás e conta com seu histórico de boa votação no Recife e sua capacidade de mobilização, especialmente entre os jovens e os setores mais à esquerda. Sua plataforma política enfatiza questões como sustentabilidade, mobilidade e direitos sociais, encontrando eco em parte significativa do eleitorado recifense.


Enquanto isso, nas redes sociais, o apoio de João Campos a Dani Portela é evidente, apesar de serem possíveis adversários. Ambos trocam mensagens públicas de apoio e reconhecimento mútuo. Dani Portela, por sua vez, direciona grande parte de suas postagens para questões de ordem nacional e críticas ao governo estadual, com menos ênfase em temas locais.


Na Câmara do Recife, o PSOL ocupa duas cadeiras, mas mesmo seus representantes têm evitado críticas mais contundentes à gestão municipal. A estratégia do PSB em apoiar Dani Portela visa, além de fortalecer sua posição nas eleições municipais, também neutralizar a influência de Túlio Gadêlha, garantindo uma candidatura auxiliar que não cause atritos com a gestão municipal.


Por sua vez, Túlio Gadêlha poderia se beneficiar da eventual candidatura de Tábata Amaral (PSB) à prefeitura de São Paulo, o que poderia dividir os votos da esquerda naquela cidade, que já tem Guilherme Boulos (PSOL) como candidato. Uma eventual movimentação do PSB em São Paulo poderia gerar uma reação da federação no Recife, fortalecendo a candidatura de Gadêlha.

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