Motociclista de aplicativo morreu após ser baleado por PM em Camaragibe, no Grande Recife — Foto: Reprodução/WhatsApp

 

A defesa do policial militar Venilson Cândido da Silva, de 50 anos, que matou com um tiro à queima-roupa o motociclista de aplicativo Thiago Fernandes Bezerra, de 23 anos, negou que a discussão que antecedeu o disparo tenha acontecido pela negativa do PM de pagar a corrida de R$ 7. Segundo Ernesto Cavalcanti, Venilson contou que houve uma discussão porque o motociclista não quis encerrar a corrida dentro do condomínio e que achou que o rapaz estivesse armado e reagiu ao que considerou uma ameaça.

De acordo com o advogado, o policial pegou a moto de aplicativo para ir do Centro de Camaragibe para a sua casa e, ao chegar no destino, aconteceu um “desentendimento”.

“[ele disse]: ‘ao chegar ao condomínio, na hora de pagar a viagem, houve um desentendimento. E nesse desentendimento, teria me xingado, eu revidei, e ele ficou agressivo, chegando ao ponto de desferir-me uma tapa no rosto e fez menções de que teria uma arma na cintura, pela forma como se posicionava”, explicou o advogado Ernesto Cavalcanti, em entrevista por telefone ao g1.

Ainda segundo o advogado, o policial militar Venilson Cândido explicou que “se assustou quando o motociclista abriu os braços na intenção de ir em sua direção” e por isso sacou a arma e atirou uma vez.

Nas imagens de câmeras de segurança, é possível ver o momento da discussão entre o policial e Thiago Fernandes Bezerra e que, após disparar o tiro, Venilson segue para o condomínio e, em seguida, retorna para deixar o capacete. Pouco tempo depois, o policial deixou o condomínio e pegou um ônibus.

Segundo Ernesto Cavalcanti, Venilson seguia para a Delegacia de Camaragibe, no centro da cidade, para se entregar e apresentar a arma e o projétil disparado, quando o coletivo foi cercado por motociclistas e um cabo da PM o abordou e pediu que ele descesse do veículo.

O policial foi espancado pelos motociclistas e levado para uma unidade de saúde para receber os primeiros socorros. Em seguida, foi preso e levado para o centro de detenção da Polícia Militar.

“Ele (o policial) alegou que tem a ficha limpa, sem advertências ou infrações. Considero precipitada a decisão da administração da Secretaria de Defesa Social de afastá-lo por 120 dias e acredito que seja preciso apurar melhor os fatos; diante de um policial com uma conduta irretocável”, disse o advogado do PM, Ernesto Cavalcanti, alegando que Venilson Cândido não tem advertências ou outros registros em sua ficha profissional.

Sobre os motivos de Venilson Cândido ter atirado no peito de Thiago Bezerra e não ter prestado socorro à vítima, Ernesto Cavalcanti disse que foi por causa do “desespero” e que assim que ele se acalmou, pegou um ônibus em direção à Delegacia de Camaragibe.

G1

Comentários

أحدث أقدم