Foto: Pablo Jacob / Agência O Globo

 

Nos últimos meses, cidades da Região Metropolitana do Recife, como Paulista, Vitória de Santo Antão e Cabo de Santo Agostinho, têm enfrentado um caos administrativo provocado por empresas terceirizadas responsáveis por serviços essenciais, como coleta de lixo e limpeza urbana. A responsável por boa parte dessa crise é a Locar, que, desde 1996, mantém contratos como municípios, como com o Cabo de Santo Agostinho, e mais recentemente, tem sido alvo de denúncias de práticas que visam garantir a continuidade de seus contratos a qualquer custo.

Em Paulista, durante o fim da gestão do então prefeito Júnior Matuto, a Locar adotou uma estratégia de pressão: suspendeu a coleta de lixo, causando um caos na cidade. A manobra teve como objetivo forçar a renovação do contrato, já que o novo governo não seria de Matuto. Em Cabo de Santo Agostinho, o cenário se repetiu em 2024. Com o contrato da Locar prestes a vencer, a empresa promoveu uma série de paralisações e desorganizou os serviços, criando um cenário de caos para pressionar a administração municipal a renovar o vínculo, mesmo sabendo que a legislação não permitia a renovação imediata. A situação foi vista como uma tentativa de garantir sua permanência no município e, ao mesmo tempo, fortalecer alianças políticas para a administração futura.

Em Vitória de Santo Antão, a situação se assemelha, mas com a GT, uma empresa terceirizada responsável pela limpeza urbana. Com a proximidade do fim do contrato, a empresa usou estratégias de manipulação, demitindo trabalhadores e deixando-os sem opções, enquanto pressionava a gestão pública a atender suas exigências. Isso gerou um cenário de insegurança para os funcionários e transtornos para a população, que sentiu o impacto direto na qualidade dos serviços prestados.

Esses episódios têm revelado o papel de agentes políticos e empresários por trás dessas empresas de terceirização, que, muitas vezes, atuam com a intenção de manipular a administração pública e prejudicar adversários políticos. As atitudes dessas empresas e seus representantes políticos causam grandes prejuízos à população e geram um ambiente de instabilidade, onde trabalhadores são demitidos e serviços essenciais são prejudicados. O objetivo de muitos desses agentes não é melhorar a qualidade dos serviços, mas sim garantir vantagem política e financeira, com total desconsideração pelo bem-estar da população.

A administração pública das prefeituras não pode ser responsabilizada pelos atos dessas empresas, que agem de má-fé e com intenções escusas. A verdadeira responsabilidade está nas mãos daqueles que manipulam essas empresas e criam um cenário de caos para beneficiar interesses políticos. O que se vê, em muitas situações, é a falta de ética e o uso do serviço público para fins privados e eleitorais. Isso compromete a confiança da população nas gestões e cria um ciclo vicioso de desordem e instabilidade que precisa ser urgentemente combatido.

PE Notícia

Comentários

أحدث أقدم