Agentes da Polícia Federal | Foto: Reprodução/Agência Brasil

 

O crescimento das fintechs no Brasil é um fenômeno que vem ganhando destaque, especialmente com a ascensão de empresas como a 2GO, fundada por Cyllas Salerno Elia Júnior em 2020. No entanto, o sucesso da empresa, que acumulou 20 mil correntistas e movimentou R$ 4 bilhões em apenas três anos, esconde uma realidade sombria. A investigação da Polícia Federal (PF) na Operação Dólar Tai-pan, deflagrada em novembro de 2023, trouxe à tona o envolvimento da fintech em esquemas de lavagem de dinheiro, sendo usada por organizações criminosas como o Primeiro Comando da Capital (PCC).

A história de Elia Júnior, inicialmente promissora, ganhou contornos mais obscuros quando se descobriu que, antes de sua saída da fintech, o empresário utilizava o setor para movimentar recursos de forma anônima e encobrir a origem ilícita do dinheiro. A PF, em suas investigações, apontou que a 2GO atuava como intermediária na compra de imóveis de luxo, facilitando transações para membros do PCC. Além disso, foi revelado que Elia mantinha contato com líderes da facção criminosa, como Rafael Maeda e Anselmo Santa Fausta, ambos mortos em disputas internas.

Esse caso revela não só os esquemas de lavagem de dinheiro orquestrados por criminosos, mas também as brechas existentes nas regulamentações que envolvem as fintechs. A falta de regulamentação eficaz tem sido apontada como um fator que facilita a ação de criminosos, criando obstáculos para as autoridades rastrearem a origem dos recursos ilícitos e punirem os envolvidos. Além de Elia, outros policiais estão sendo investigados por envolvimento com o PCC, incluindo o ex-sargento Farani Rocha Júnior e os policiais civis Valdenir Paulo de Almeida e Valmir Pinheiro, que utilizaram empresas de fachada para ocultar a origem dos valores.

Este episódio expõe as vulnerabilidades do sistema financeiro digital e os desafios que a Justiça enfrenta para combater a lavagem de dinheiro. As investigações continuam a ser realizadas, mas a falta de transparência nas operações de fintechs tem se mostrado um ponto crucial para o avanço de organizações criminosas no país.

PE Notícia

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