O Tribunal de Contas de Pernambuco (TCE-PE) divulgou um relatório de auditoria que aponta diversas irregularidades na obra do Parque da Tamarineira, um dos projetos mais emblemáticos da gestão do prefeito João Campos (PSB) no Recife. A obra, que foi inaugurada em julho de 2024, gerou grande repercussão e foi um dos marcos da campanha vitoriosa do prefeito, reeleito no primeiro turno.

De acordo com o relatório da Corte de Contas, a execução da obra foi marcada por sérias falhas na contratação e execução dos serviços. O TCE-PE identificou um supersafuramento de R$ 152,4 mil na construção de pisos em concreto nos passeios e na quadra poliesportiva, além de diversas falhas na fiscalização e na licitação. A auditoria revelou que, ao todo, 16 contratos independentes foram firmados com diferentes empresas, o que dificultou a supervisão adequada dos serviços. Além disso, o processo de contratação não foi precedido de uma licitação específica, o que gerou dúvidas quanto à obtenção das propostas mais vantajosas para o município.

A Prefeitura do Recife, por sua vez, defende que a obra foi realizada em estrito cumprimento à legislação e que as contratações atenderam aos princípios da legalidade, moralidade e economicidade. Em nota, a gestão municipal afirmou que, se a obra tivesse sido realizada por meio de licitação, o custo final teria sido 18,26% maior, ou seja, R$ 715 mil a mais, o que, segundo a prefeitura, comprova a eficiência da gestão.

No entanto, a principal crítica do relatório do TCE-PE é a contratação de obras de manutenção, em vez de um processo licitatório específico para a construção do parque. O município rebate essa conclusão, alegando que se baseia em uma "premissa equivocada e precipitada". A disputa entre os técnicos do Tribunal de Contas e a Prefeitura do Recife segue gerando controvérsias, e as investigações sobre o caso continuam.

Redação PE Notícia

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