Criminosos invadiram o assentamento com carros e motos, disparando contra as pessoas. - Arquivo MST

 

Um ataque armado deixou dois mortos e seis feridos na noite de sexta-feira (10), no assentamento Olga Benário, localizado na zona rural de Tremembé, interior de São Paulo. De acordo com informações do boletim de ocorrência e relatos de moradores, homens armados invadiram o local por volta das 23h, disparando contra as pessoas que estavam nas dependências do assentamento. O ataque resultou nas mortes de Valdir do Nascimento de Jesus, de 52 anos, e Gleison Barbosa de Carvalho, de 28 anos, ambos mortos no local.

Além das duas vítimas fatais, seis pessoas ficaram feridas durante o tiroteio. Entre os baleados, três homens, de 24, 29 e 41 anos, e três mulheres, de 18, 41 e 49 anos, foram atingidos pelos disparos. Dois dos feridos estão em estado grave e foram hospitalizados, com a necessidade de cirurgia, segundo informações do MST. O caso foi registrado na delegacia de plantão de Taubaté e está sendo investigado pela Polícia Civil de Tremembé, com suspeita de homicídio e tentativa de homicídio.

O ataque gerou grande consternação entre os moradores do assentamento, que, segundo o relato de Márcia Barbosa, mãe de Gleison e dos outros dois irmãos baleados, estavam tentando dialogar com os atiradores. Ela explicou que os suspeitos tentaram ocupar um lote da área, e seus filhos, que estavam tentando negociar, foram surpreendidos pelos disparos.

"Na hora que chamaram o reforço, nós fomos todos para a porteira. Mas eles foram para tentar conversar com os caras, pensando que ia ter diálogo. Daqui a pouco os caras já chegaram atirando", afirmou Márcia, visivelmente abalada. Ela ainda destacou o momento em que chegou ao local e encontrou os filhos no chão, lamentando a violência.

O assentamento Olga Benário abriga atualmente 10 famílias, incluindo crianças e idosos. O MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) relatou que o ataque foi uma tentativa de intimidação contra os moradores da região e um reflexo da constante tensão no campo. Até o fechamento desta edição, a polícia ainda não havia identificado os suspeitos ou realizado prisões.

A comunidade local e os defensores dos direitos humanos pedem por uma investigação rigorosa e a responsabilização dos envolvidos. O caso segue sendo acompanhado de perto pela Polícia Civil, enquanto os feridos aguardam atendimento médico e recuperação.

Foto: Divulgação/MST

Redação PE Notícia

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