Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, e o Governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues, durante cerimônia de anúncios relativos à segurança hídrica da Bahia, em Paramirim (BA), no dia 07/02/2025 | Foto: Ricardo Stuckert/PR

 

Em editorial publicado nesta segunda-feira, 10, o jornal O Estado de S. Paulo criticou a falta de governança da gestão de Luiz Inácio Lula da Silva. Conforme o texto, as viagens do chefe do Executivo pelo Brasil mostram que o que restou foi o discurso.

“Antes da hora, Lula resolveu subir em palanques Brasil afora como se não houvesse um país acossado por problemas de toda ordem que demanda a atenção e o tempo do chefe de governo”, escreveu o Estadão.

Na última quinta-feira, 6, Lula foi ao Rio de Janeiro participar da cerimônia de reabertura da Emergência do Hospital Federal de Bonsucesso. Já na sexta 7, foi até Guanambi (BA) e até Paramirim (BA), para uma cerimônia sobre segurança hídrica da Bahia. Para o jornal, a agenda é de quem já iniciou a campanha eleitoral para 2026.

“O presidente Lula da Silva rasgou de vez a fantasia de chefe de Estado e de governo e resolveu vestir o figurino que mais o deixa confortável: o de eterno candidato em campanha eleitoral”, escreveu.

Novo chefe da Secretaria de Comunicação (Secom), Sidônio Palmeira foi o marqueteiro responsável pela campanha vencedora de Lula em 2022. Ele também programou roteiros para a primeira-dama, Janja, o vice-presidente, Geraldo Alckmin, e outros ministros de Estado.

“Não há tour de force publicitária que dê conta de engambelar os brasileiros quando o próprio Lula se ressente publicamente de não conseguir imprimir uma ‘marca’ em seu governo”, opina o jornal.

Lula repete estratégia dos tempos de Mensalão

Lula, Hugo Motta e Davi Alcolumbre
Os novos presidentes da Câmara e do Senado em reunião com Lula | Foto: Ricardo Stuckert

Como lembrou o jornal O Estado de S. Paulo, a estratégia adotada neste momento não é nova e remonta aos tempos do escândalo do Mensalão. Há cerca de 20 anos, Lula saiu de Brasília, rodou o país para escapar da crise política e foi reeleito em 2006.

“A diferença, porém, era o estado da economia brasileira à época, muito mais favorável ao então incumbente do que agora”, escreveu o jornal. “Somadas à violência urbana que apavora os brasileiros, a carestia e a estagnação econômica estarão no centro do debate político com vistas à sucessão de Lula em 2026.”

Estadão conclui que Lula escolheu sobrepor o recurso do ”gogó” à governança responsável capaz de responder aos desafios econômicos e sociais que o Brasil enfrenta.

Além disso, afirma que, em 2026, o eleitorado estará cansado de uma retórica vazia. “Não encontra respaldo na vida cotidiana de milhões de brasileiros ansiosos pela concretização de um futuro mais auspicioso”, finaliza.

Oeste

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