Um vídeo que viralizou nas redes sociais nesta semana expôs uma realidade preocupante no Brasil: a dependência crônica do assistencialismo governamental. Nele, uma mulher faz uma “dancinha” em frente a um caixa eletrônico, comemorando o saque do Bolsa Família e afirmando, com orgulho, que recebe o benefício há 25 anos.
A cena, que muitos trataram com humor, na verdade é um sintoma claro de um problema estrutural. Criado para ser um apoio temporário, o Bolsa Família se transformou em uma ferramenta de manutenção da pobreza — e, muitas vezes, da base eleitoral de certos grupos políticos. Atualmente, cerca de 20,6 milhões de famílias são beneficiadas pelo programa. Quando se consideram os membros dessas famílias, o número chega a 54 milhões de brasileiros — praticamente 1 em cada 4 habitantes.
Mais alarmante ainda é o dado de que aproximadamente 7 milhões de pessoas estão no programa há mais de 10 anos. Isso revela que, em vez de oferecer oportunidade e incentivo à independência financeira, o sistema vem promovendo uma cultura de dependência que atravessa gerações.
Enquanto isso, o brasileiro que trabalha, paga impostos e sustenta esse sistema vê seu esforço ser corroído pela inflação, pela alta carga tributária e pela falta de retorno em serviços públicos. O foco em políticas assistencialistas eternas, sem contrapartidas eficazes, enfraquece o desenvolvimento econômico e desestimula o empreendedorismo.
Não se trata de negar ajuda a quem precisa, mas de repensar o modelo: quantas dessas pessoas tiveram a chance real de sair do programa? Que políticas públicas foram criadas para capacitar e empregar esses cidadãos?
O vídeo da “dancinha” é um retrato caricato de um drama silencioso: um país onde a pobreza virou instrumento político e onde milhões foram ensinados a sobreviver, não a prosperar.
PE Notícia
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