(Foto: Marina Barbosa / G1)

 

Desde o retorno de Lula Cabral ao comando da Prefeitura do Cabo de Santo Agostinho, a cidade tem enfrentado uma escalada preocupante da violência. Embora não se possa afirmar que a gestão atual seja a única responsável, os números acendem um alerta sobre a ineficiência das políticas públicas locais no enfrentamento da criminalidade. O município figura hoje entre os mais violentos da Região Metropolitana do Recife, e os dados recentes apontam para uma realidade cada vez mais difícil de ignorar.

De acordo com o Instituto Fogo Cruzado, o Cabo de Santo Agostinho registrou 82 tiroteios entre janeiro e junho de 2025, resultando em 70 mortos e 28 feridos. O município também se destacou negativamente em outro ranking preocupante: o de vítimas de bala perdida, com 8 casos, número igual ao do Recife, perdendo apenas para Olinda. Os dados ainda mostram que a violência tem atingido principalmente jovens negros e periféricos — um retrato que se repete tragicamente nas periferias da cidade. Segundo o ativista Glaubert Ruzmann, do Fórum de Juventudes do Cabo, a ausência de investimentos consistentes em educação, cultura e esporte contribui diretamente para esse cenário.

Embora a Prefeitura, sob o comando de Lula Cabral, ainda não tenha se pronunciado oficialmente sobre os números, moradores e lideranças locais vêm cobrando ações mais efetivas. Para muitos, apenas o aumento da presença policial não resolve a situação. A falta de políticas públicas estruturadas e o baixo orçamento destinado à juventude e à cultura parecem ser peças-chave ignoradas pela atual gestão. Enquanto isso, cresce o medo da população: uma moradora chegou a declarar, em entrevista à TV Globo, que “não se sente segura nem dentro da própria casa”.

Mesmo sem apontar culpados diretos, a sensação de abandono se intensifica. O que se vê no Cabo de Santo Agostinho é um espelho do que acontece quando a violência avança mais rápido do que as soluções. E, enquanto isso, a pergunta que paira no ar é: quando a Prefeitura vai conseguir enfrentar de fato esse desafio?

PE Notícia

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