![]() |
Sem dinheiro, governo empurra decisões e deixa os Correios em situação cada vez mais crítica | Foto: Marcello Camargo/Agência Brasil |
Os Correios alertaram o governo do presidente Lula da Silva sobre a possibilidade de precisarem de um aporte financeiro da União para evitar um colapso em suas contas. O aviso teve como destinatário inicialmente o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Depois, chegou a outros membros do Executivo em reunião na Casa Civil há menos de um mês. No encontro estavam o ministro Rui Costa e representantes das pastas da Fazenda, Gestão e Comunicações.
A equipe econômica já indicou principalmente que não há espaço no Orçamento para um socorro imediato. No entanto, segundo o jornal Folha de S.Paulo, técnicos reconhecem que a situação da empresa é delicada e que, desse modo, um aporte seria assim a única saída. Em cenários mais pessimistas, estima-se que os Correios precisem de R$ 4 bilhões a R$ 5 bilhões para equilibrar as finanças. Só em 2025, estima-se a necessidade de um apoio de R$ 2 bilhões.
Correios: comando sob pressão
A situação financeira da empresa agravou sobretudo as tensões internas no governo. O presidente da estatal, Fabiano Silva dos Santos, teria revelado estar sob forte pressão da Casa Civil para acelerar cortes de despesas, a exemplo do que ocorre em outros setores do governo, como no Ministério da Defesa. Santos, aliás, deve colocar o cargo à disposição. Seu mandato termina em agosto e a permanência depende da decisão de Lula.
O governo evita admitir publicamente a possibilidade de socorro. Nos bastidores, no entanto, aliados de Santos avaliam que uma eventual troca no comando da estatal pode servir de justificativa para uma futura injeção de recursos. Os prejuízos da empresa crescem de forma contínua no atual governo. A estatal sob gestão petista fechou 2023 com resultado negativo de R$ 633,5 milhões. Em 2024, o déficit saltou para R$ 2,6 bilhões. Apenas no primeiro trimestre de 2025, o prejuízo foi de R$ 1,7 bilhão.
Oeste
Postar um comentário