Após sair do ranking das 10 cidades mais violentas do Brasil em 2024, o município de Cabo de Santo Agostinho voltou a ocupar uma posição de destaque negativo no Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2025. Segundo o novo levantamento, Cabo aparece agora na 5ª colocação nacional entre as cidades com maior taxa de Mortes Violentas Intencionais (MVI), com 159 homicídios registrados ao longo de 2024. A taxa saltou para alarmantes 73,3 mortes por 100 mil habitantes, um aumento de 16,1% em comparação ao ano anterior.
Em 2023, sob a gestão do então prefeito Keko do Armazém, a cidade havia apresentado uma expressiva redução de 25,7% nos homicídios acumulados entre 2020 e 2023, deixando a 5ª posição e saindo do top 10 das cidades mais perigosas do país. À época, a gestão municipal atribuiu a queda da violência ao fortalecimento da Guarda Municipal, investimento em tecnologia, novas viaturas, armamento moderno e ações integradas com a Polícia Militar e a Polícia Civil. Um dos destaques foi o fortalecimento da Patrulha Escolar, com foco na prevenção de crimes entre jovens.
Com o retorno do ex-prefeito Lula Cabral ao comando do município, especialistas apontam para o enfraquecimento das políticas públicas de segurança, perda de articulação com forças estaduais e estagnação dos investimentos na área. Além disso, o avanço das facções ligadas ao tráfico de drogas — especialmente o Comando Litoral Sul, antiga Trem Bala — reacendeu disputas violentas pelo controle do território, elevando os índices de criminalidade. O Cabo, mais uma vez, volta a ser um dos epicentros da violência no Brasil, comprometendo os avanços que vinham sendo conquistados nos últimos anos.
PE Notícia
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