O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, comunicou que enviará tropas da Guarda Nacional para a capital Washington, além de assumir o controle da polícia local. A iniciativa tem como objetivo enfrentar o que ele considera um aumento da criminalidade na cidade, apesar de dados recentes apontarem redução nos índices de violência.
Durante uma entrevista coletiva realizada na manhã desta segunda-feira (11), Trump declarou estado de emergência em segurança pública na cidade, justificando a ação federal que terá duração inicial de 30 dias. Estão previstos o deslocamento de 800 militares para reforçar a segurança da capital.
Washington, que faz parte do Distrito de Columbia, possui autonomia administrativa e é governada pela prefeita democrata Muriel Bowser. A cidade é tradicionalmente alinhada ao Partido Democrata, enquanto Trump, líder do Partido Republicano, tem manifestado a intenção de "retomar o controle" da capital desde o início de seu mandato.
O presidente enfatizou que pretende "limpar a cidade", incluindo a remoção de pessoas em situação de rua dos parques públicos, embora tenha prometido assistência a essa população sem detalhar as medidas específicas. Em uma publicação em sua rede social Truth Social, Trump pediu a saída imediata dos moradores de rua, mencionando que serão oferecidos locais para abrigá-los, porém afastados do centro da cidade.
Apesar da preocupação expressa por Trump sobre o aumento da criminalidade, estatísticas oficiais indicam que o índice de crimes violentos em Washington diminuiu nos últimos meses. Relatórios apontam uma queda de cerca de 30% no número de homicídios e tiroteios entre 2023 e 2024, com 187 assassinatos registrados no último ano contra 274 no anterior.
Segundo as leis federais, o presidente pode atuar em propriedades e prédios federais, mas ações na segurança da cidade geralmente competem às autoridades locais. O decreto de emergência permite a Trump assumir o comando da polícia metropolitana, reforçado com o apoio da Guarda Nacional. A secretária de Justiça, Pam Bondi, foi designada para liderar a gestão da força policial durante este período.
A medida de enviar tropas da Guarda Nacional, composta por militares da reserva, é geralmente reservada para situações emergenciais, como desastres naturais ou distúrbios civis. Trump já havia utilizado essa força durante seu primeiro mandato para conter manifestações relacionadas ao movimento Black Lives Matter, além de recentemente mobilizar tropas para Los Angeles em resposta a protestos contra a política de imigração federal.
Dados da organização Community Partnership indicam que Washington possui cerca de 3.782 pessoas em situação de rua, a maioria alojada em abrigos temporários, com aproximadamente 800 sem qualquer tipo de moradia. A prefeita Muriel Bowser negou que a cidade esteja enfrentando um aumento da criminalidade, ressaltando que os números atuais de crimes violentos estão em queda, alcançando os níveis mais baixos em três décadas.
Desde o início de 2025, Trump tem criticado a administração local por não conseguir controlar o problema da criminalidade e da falta de moradia. Em declarações anteriores, o presidente afirmou que Washington precisa ser gerida com firmeza e ordem para garantir a segurança da população.
Em resposta a pressões relacionadas a manifestações e simbolismos políticos, a prefeita Bowser autorizou a remoção do mural "Black Lives Matter" próximo à Casa Branca, em março deste ano, medida vista como tentativa de amenizar tensões na cidade.
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