Emmanuel Macron, presidente da França Foto: EFE/EPA/Michel Euler

 

O presidente da França, Emmanuel Macron, está sendo acusado de ter facilitado a entrada da empresa norte-americana Uber no país europeu durante o período em que foi o ministro da Economia francês, entre 2014 e 2016. A investigação está sendo chamada pela imprensa francesa de “Uber Files” (“Arquivos Uber”, em português).

De acordo com reportagens publicadas nesta segunda-feira (11) pelo jornal Le Monde e pelo grupo de emissoras públicas Radio Finance, Macron teria atuado como um profissional de relações públicas da Uber com o objetivo de convencer o então primeiro-ministro Bernard Cazeneuve a abrir o mercado de táxis ao serviço de motoristas privados.

Uma planilha publicada pelo Le Monde mostrou que 233 pessoas, incluindo ministros, assessores do governo, parlamentares, jornalistas, associações de consumidores e pessoas influentes foram escolhidas para ajudar no processo de implantação do serviço na França.

Milhares de documentos internos do Uber, datados de 2013 a 2017, revelaram que a empresa conseguiu se beneficiar da benevolência e do apoio de Emmanuel Macron quando ele estava no Ministério da Economia. A emissora de rádio France Info publicou mensagens trocadas entre Macron, um dos fundadores do Uber, Travis Kalanick, e lobistas sobre as negociações.

De acordo com a imprensa francesa, a atuação de Macron a favor do negócio chegou ao ponto de ele ter convencido o primeiro-ministro a “calar” os taxistas que protestavam em todo o país. Procurado pelos jornalistas, o atual presidente francês não respondeu. Opositores de Macron defendem a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito sobre o caso.

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