Após anos de uma relação política aparentemente sólida com o prefeito eleito, Lula Cabral, Edna Gomes tem vivido uma reviravolta amarga em sua carreira. Afastada do núcleo central do governo e do escopo das principais decisões políticas, sua trajetória agora parece marcada pela desilusão e pelo afastamento de aliados antigos.
Tudo começou quando Edna, que era vista como uma figura de confiança de Cabral, flertou com a gestão de Keko, agora não foi escolhida para ocupar a Secretaria de Assistência Social, um cargo que muitos acreditavam ser o destino natural dela, dado o histórico de trabalho e o apoio popular que acumulava. Porém, Cabral preferiu trazer alguém de fora. Sua ausência do escalão central foi uma primeira sinalização clara de que algo estava em curso. Mas o impacto maior viria logo depois.
No processo de montagem das chapas para a eleição municipal, Edna Gomes, então primeira suplente de vereadora pelo PSB, viu-se em uma situação delicada. Dias antes da definição da composição, ela apareceu em um palanque de oposição, ao lado de adversários políticos de Lula Cabral. Essa aliança inesperada foi vista como uma grande traição por seus antigos aliados, uma manobra que levou a uma série de reações internas e externas.
O discurso de Paulo Farias, um aliado de Lula Cabral, não poupou críticas. Ele disse, em tom de desabafo, que "quem sente saudades é porque traiu", uma frase que rapidamente ganhou repercussão e foi interpretada como uma alfinetada direta em Edna. Esse episódio simbolizou não só o rompimento da relação com o prefeito, mas também o início da redução de seu peso político na cidade.
Com a entrada de Edna Gomes no PSB, muitos esperavam que ela se destacasse como uma alternativa forte dentro da legenda, mas o cenário se mostrou diferente. Lula Cabral, que orquestrou sua entrada no partido, a colocou em uma disputa com outros nomes considerados mais fortes dentro do PSB, o que dificultou sua ascensão e tirou-lhe a chance de uma candidatura de peso. A estratégia de Cabral parece ter sido clara: enfraquecer a figura de Edna Gomes dentro do processo eleitoral e garantir que ela não tivesse êxito nas urnas, diminuindo seu poder político a longo prazo.
A mudança de campo de Edna e a subsequente perda de espaço dentro do governo de Lula Cabral mostram como a política local pode ser volúvel. A partir de agora, a ex-aliada de Cabral enfrenta um caminho mais estreito, sem os mesmos apoios e com a confiança de parte da população, que anteriormente a via como uma referência no município, abalada por sua recente postura.
Assim, o preço da traição parece ter sido alto para Edna Gomes, que, ao se afastar da base de Lula Cabral e se aliar a outros grupos políticos, viu seu nome encolher no cenário local. A estratégia política que ela adotou pode ter custado não só a sua posição no governo, mas também a sua força eleitoral. Resta saber se ela conseguirá se reerguer ou se será mais uma das vítimas de um jogo político implacável.
PE Notícia
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