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O prefeito do Cabo de Santo Agostinho, Lula Cabral, parece determinado a lavar as mãos diante da escalada da violência na cidade. Em vez de assumir sua parcela de responsabilidade na segurança pública local, conforme determina a Lei nº 13.675/2018, que estabelece que o combate à violência também é dever dos municípios, o gestor tem buscado transferir a culpa para o Governo do Estado e para a União.

Em entrevista concedida nesta segunda-feira à Rádio Jornal, Lula Cabral fez um apelo dramático à governadora de Pernambuco e ao Governo Federal, pedindo a presença da Força Nacional no município. "As facções dominam. Daqui a pouco não tem jovem no Cabo, porque é onde mais se mata jovens no estado", afirmou, alegando estar de “mãos atadas” diante da criminalidade.

É importante lembrar que a Lei nº 13.675/2018 criou o Sistema Único de Segurança Pública (Susp) e prevê, em seu artigo 4º, que os municípios têm responsabilidade solidária no enfrentamento à violência. Isso inclui a formulação de políticas públicas, integração com outras esferas de governo e a promoção de ações preventivas. Ou seja, não cabe ao Executivo municipal cruzar os braços enquanto a população sofre.

Enquanto Lula Cabral busca protagonismo em discursos de apelo, a realidade nas ruas do Cabo é de terror diário. Em menos de uma semana, oito pessoas foram assassinadas na cidade, que hoje amarga o título de cidade mais violenta de Pernambuco e a quinta mais violenta do Brasil. O silêncio da gestão municipal frente a essa tragédia é ensurdecedor.

A população clama por ação, e não por lamentações públicas. Famílias choram seus mortos todos os dias, enquanto a Prefeitura parece apenas observar de longe o colapso da segurança. O município precisa agir com urgência, integrar forças, buscar soluções e parar de fazer politicagem com a dor do povo.

PE Notícia

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