Tagliaferro confirma denúncia de fraude de Moraes e diz que decisões partiram de reportagens.
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O ex-assessor de Alexandre de Moraes, Eduardo Tagliaferro, revelou nesta quarta-feira (3) que encaminhou documentos contra o ministro ao Senado Federal e ao governo dos Estados Unidos. Em entrevista, ele afirmou que Moraes “decide com base no que lê na imprensa” e que “ignora o rito normal da Justiça brasileira”.

Segundo Tagliaferro, o gabinete de Moraes adota um “rito invertido”: primeiro toma a decisão e, depois, busca meios de justificá-la. Essa prática, segundo ele, ficou evidente durante operações contra empresários ligados à direita em 2022, que teriam sido determinadas a partir de reportagens jornalísticas e não de investigações policiais consistentes.

Durante audiência pública no Senado, na última terça-feira (2), o ex-assessor afirmou que relatórios elaborados no TSE receberam datas retroativas para sustentar medidas ordenadas por Moraes durante o período eleitoral. Para ele, isso configuraria fraude processual. Tagliaferro disse confiar que as provas apresentadas podem abrir caminho para um processo de impeachment contra o ministro.

“Magistrados de instâncias menores já foram afastados por motivos muito menos graves. Agora, com provas claras de perseguição política, acredito que a pressão pelo afastamento de Moraes será inevitável”, destacou.

Em resposta, o gabinete de Alexandre de Moraes negou qualquer irregularidade e afirmou que todas as decisões respeitaram a legalidade e foram registradas nos autos. A nota ressaltou que os pedidos do ministro seguiram normas regimentais do TSE, que tem poder de polícia em casos de desinformação e ilícitos eleitorais. Também afirmou que os relatórios apenas descreviam postagens irregulares em redes sociais, sendo encaminhados à Polícia Federal e comunicados à Procuradoria-Geral da República (PGR).

PE Notícia

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